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  • Fernando Sincero

Arquitetura como experiência

Atualizado: 11 de out. de 2021

ISTO É, COMO O USUÁRIO VIVENCIA O ESPAÇO?

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Photo by Christian Fregnan on Unsplash

UX Design, a projetação da experiência do usuário

Nas escolas de design, o termo User Experience Design refere-se ao processo de projetar, como o próprio nome sugere, as experiências que um usuário tem ao longo do seu contato com determinado produto.


Para atingir resultados satisfatórios, um UX Designer deve responder três perguntas durante o processo de projeto: o porquê, para quem, para quê e como. O porquê tem a ver com a razão pela qual o usuário comprará o produto; o para quem refere-se ao público alvo ao qual o produto é destinado; o para quê com a funcionalidade, ou seja, para que serve; o como é o estágio onde o designer deve tomar decisões concretas como a estética, a usabilidade, etc.


E o que isso tem a ver com arquitetura?

Na faculdade de arquitetura nós sempre somos expostos às mesmas perguntas na hora de projetar, seja uma capela, uma escola ou um edifico de habitação coletiva. Essa etapa muitas vezes passa despercebida e acaba não recebendo tanta atenção, o que pode resultar em projetos com ótima qualidade plástica, mas pouca qualidade espacial.


Entender o comportamento dos usuários é importante na concepção de espaços confortáveis, ergonômicos e com boa usabilidade.


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Photo by Victor Malyushev on Unsplash

O arquiteto holandês Herman Hertzberger escreve em seu livro Lessons For Students in Architecture sobre a importância da correta hierarquização e transição entre espaços públicos e privados e do espaço habitável que existe entre as coisas. Com espaço habitável, Hertzberger refere-se aos elementos de projeto que devem, preferivelmente, não servir a uma função específica, ou seja, um simples pilar pode ser tratado de forma a transformar-se em um banco na sua base, assim como uma escadaria pode se tornar uma arquibancada.


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Photo by Les Anderson on Unsplash

Elementos que são projetados para um único propósito têm uma grande tendência de serem esquecidos ou deixados de lado quando a sua função não é necessária. A multifuncionalidade não literal, mas implícita, resulta em interações mais fortes e consistentes entre o produto (arquitetura) e o público.


Conexão entre lugar e cidadão

Apropriar, segundo o Dicionário Priberam da Língua Portuguesa, significa tornar próprio, apropriar-se. Lugares apropriáveis são providos de identidade e podem ser personalizados pelos seus usuários. Para isso, a conexão entre usuário e lugar deve ser pensada desde o início do projeto.


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Photo by David Schap on Unsplash

Qual é o meu público? Em que contexto o projeto será inserido? Qual a permanência do meu projeto? Essas são perguntas que, quando respondidas corretamente, nos ajudam a propor soluções mais adequadas ao nosso contexto espacial, social e econômico.


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Photo by Boey Jun Hui on Unsplash

Em decorrência de um estilo de vida mais agitado e de deslocamentos mais rápidos, muitos lugares perderam a sua essência, identidade e até mesmo a sua memória pelo fato de terem se tornado meros espaços de transição. Desprovido desses fatores humanos, que são responsáveis pela interação entre espaço e usuário, um lugar passa a ser um não-lugar.


A arquitetura, segundo Aldo Rossi, é uma construção fruto da vida civil e social na qual está inserida, ou seja, é um reflexo do seu próprio tempo e dos seus próprios cidadãos.

Não existe sociedade sem arquitetura, visto que as construções arquitetônicas são os cenários das nossas vidas (Rossi, 1978) e, principalmente, não existe arquitetura sem sociedade.


Referências

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